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O setor da construção civil brasileira vive um momento histórico com a operação da 1° fábrica de prédios do Brasil, instalada em Cascavel (PR). Trata-se de um empreendimento grandioso, que alia inteligência artificial, tecnologia de informação, sustentabilidade e escala produtiva sem precedentes, trazendo ao Brasil o conceito de industrialização da construção de edifícios. A fábrica é fruto da parceria com a Vollert, empresa alemã reconhecida mundialmente por suas soluções em pré-fabricação de concreto, e integra o projeto Ecoparque Cascavel Bairros Integrados.

A origem da tecnologia Vollert

Fundada na Alemanha em 1925, a Vollert consolidou-se como líder global em engenharia de sistemas industriais. Desde os anos 1960, a empresa investe no desenvolvimento de linhas de produção de elementos pré-fabricados de concreto, aplicando automação, robótica e softwares inteligentes ao setor da construção. Atualmente, suas plantas estão presentes em dezenas de países e são responsáveis por modernizar a maneira como edifícios são projetados e erguidos.

O conceito central da tecnologia é a produção industrializada de componentes construtivos, como paredes, lajes e escadas, em ambiente fabril altamente controlado. Isso garante maior precisão, repetibilidade e qualidade, ao mesmo tempo em que reduz desperdícios, prazos e custos. A integração de equipamentos automatizados e sistemas digitais é um exemplo de arquitetura inteligente aplicada ao setor, permitindo que cada peça saia pronta para ser transportada e montada no canteiro de obras com agilidade.

A fábrica do Ecoparque em Cascavel

Com 180 mil metros quadrados de área total, sendo 30 mil metros quadrados de área coberta, a fábrica de prédios do Ecoparque Cascavel é hoje a maior de toda a América. O pé direito de 16 metros, os pátios organizados, acessos planejados e jardins exuberantes evidenciam não apenas a dimensão, mas também o cuidado estético e funcional do espaço.

Mais do que grandiosa, a fábrica é um exemplo de responsabilidade ambiental e de inovação em habitação. Praticamente descarbonizada, não gera resíduos significativos e toda a água utilizada para lavar equipamentos passa por tratamento e reaproveitamento, sendo destinada à limpeza dos pátios e à irrigação dos jardins. Essa abordagem demonstra a integração entre alta tecnologia, desenvolvimento sustentável e compromisso com a qualidade de vida.

O processo produtivo

A fábrica opera no chamado sistema carrossel, no qual as mesas que moldam os painéis de concreto circulam por diversas estações automatizadas, garantindo velocidade e precisão.

Controle de insumos: os agregados ficam armazenados em ambiente controlado e analisados em laboratório antes de seguir para a central de concreto.

Mistura automatizada: um misturador realiza a dosagem de cimento, água, aditivos e agregados com total precisão.

Cofragem e instalações: um robô insere perfis metálicos, caixas elétricas, tubulações e requadros de portas e janelas diretamente na mesa de moldagem.

Armadura de aço: máquinas cortam e soldam vergalhões de forma automatizada, criando telas e armaduras sob medida.

Concretagem e vibração: o concreto é lançado, vibrado em mesa específica e nivelado para garantir resistência e acabamento.

Cura controlada: as peças seguem para uma câmara de cura, com temperatura e umidade reguladas, onde permanecem cerca de oito horas.

Inspeção e logística: após a desforma e o controle de qualidade, os painéis são estocados ou enviados diretamente ao canteiro em caminhões pallets especializados.

O resultado são paredes autoportantes de concreto armado, versáteis e adaptáveis a diferentes projetos — desde edifícios residenciais até casas ou construções comerciais em bairros tecnológicos e sustentáveis.

Diferenciais da fábrica de prédios

A unidade do Ecoparque apresenta uma série de diferenciais que a colocam como modelo para o futuro da construção no Brasil:

Escala produtiva inédita: operando em três turnos de 8 horas, cada fábrica terá capacidade de produzir até 4.500 apartamentos por ano.

Precisão industrial: robótica, automação e inteligência artificial reduzem falhas humanas e garantem qualidade uniforme.

Integração de etapas: elementos estruturais já saem com parte elétrica, hidráulica e aberturas instaladas, reduzindo tempo no canteiro.

Sustentabilidade: menor desperdício de materiais, reaproveitamento de água e redução significativa de emissões de carbono.

Rapidez na entrega: prazos de construção encurtados em até 70% em comparação aos métodos tradicionais.

Benefícios sociais e econômicos

Redução do déficit habitacional: a produção em escala permite atender milhares de famílias com moradia digna em menos tempo.

Custos menores: a eficiência fabril diminui desperdícios e viabiliza preços mais acessíveis.

Qualidade de vida: os bairros integrados do Ecoparque incluem infraestrutura completa — escolas, saúde, comércio, áreas verdes e lazer — promovendo inclusão social, cidades inteligentes e sustentabilidade urbana.

Geração de empregos e capacitação: tanto na operação fabril quanto na montagem dos prédios, centenas de trabalhadores serão capacitados em novas tecnologias, representando também inovação em serviços.

Valorização regional: a fábrica em Cascavel já movimenta a economia local e serve de vitrine para outras regiões.

Conclusão

A 1° fábrica de prédios do Brasil, instalada no Ecoparque Cascavel com tecnologia Vollert, representa uma verdadeira revolução na construção civil brasileira. Pela primeira vez, o país conta com uma linha de produção industrializada capaz de erguer edifícios em larga escala, com qualidade controlada, menor custo, sustentabilidade e rapidez.

Mais do que uma conquista tecnológica, trata-se de um passo fundamental rumo a cidades inteligentes, sustentáveis e inclusivas. O modelo de Cascavel certamente inspirará a implantação de novas unidades no Brasil, ajudando a transformar a realidade habitacional e urbana do país.